27.3.17




Se quiser muito alguma coisa, nada acontece.
Quando quero apenas um pouco que algo se dê, sem pôr muito esforço nisso, torna-se realidade.

A minha vida é a antítese de um livro de auto-ajuda.

25.3.17




O espaço que reservo no meu coração aos amores culturais é vasto e aconchegante. Muitos entram, alguns saem mas a maioria permanece ali constante dando um ar de sua graça alternadamente conforme as fases de vida.
Ultimamente ando a constatar que o cantautor português pelo qual caio redonda de paixão sempre que o ouço tocar/ cantar é o Samuel Úria. E a coisa tem-se vindo a agravar com o tempo.
Para além de músicas como a de cima descubro que em termos de gosto somos fac similes:

12,5




Ontem fui a uma entrevista para uma bolsa.
Entrei na sala. 
Pus um ovo.
Grasnei.
Saí.

Assim se explica o 12,5 do título deste post.

21.3.17

Legado





Não se trata de gostar ou não. Trata-se de conhecer a nossa genealogia musical. 

Há sítios que não penso visitar.
Não me imagino a ir ao Ground Zero do World Trade Center porque o que senti nesse dia foi uma mudança tão grande, de uma violência tão brusca, que não... obrigada pelo museu e memorial (nada contra) só que uma visista me parece despropositada.
Em Portugal não existem muitos sítios com esta carga histórica negativa de tal modo que torna a visita quase uma invasão (trataram, felizmente, de não musealizar a sede da PIDE) mas lembro-me de que me senti uma invasora quando decidi visitar o memorial a Catarina Eufémia, situado exactamente no local onde terá sido morta. Há uma sensação de voyerismo farsolas e não me venham com as homenagens.

Lembrei-me disto tudo, assim de forma mais ou menos avulsa, quando me deparei com a curta em cima.

De volta a Lisboa: impressões




1) As árvores estão floridas. Lisboa não tem bosques nem jardins decentes. Os nossos governantes acham que a flora existe para estar lá no alto, nas copas. Não há nada aos nossos pés. Em termos de natureza, nos lisboetas, somos humanos em poços. Sempre a olhar para cima.

2) Calorzinho maravilhoso. Pessoas giras outras estranhas. A sério, só estranhas. Transportes públicos a ficarem irrespiráveis em 3, 2, 1 semanas...

3) Há cada vez mais esplanadas e isso é bom. Não é bom que sejam apenas destinadas a turistas e os preços para uma garrafa de água sejam 10% de uma conta mensal de água canalizada. Fui comprar uma garrafa aos automáticos do metro.

4) Por falar no metropolitano. Metro a funcionar normalmente. Não devia mas é de assinalar.

5) Positivo: os portugueses andam todos orgulhosos por poderem voltar a falar francês. Motorista da Carris dixit e eu confirmo.

Teaser Tuesdays #2





Teaser Tuesdays é uma rubrica semanal organizada pela MizB do blog Should Be Reading. Todos podem participar! Basta seguir as regras:


- Pegar no livro que se está a ler;
- Abrir numa página aleatória;
- Partilhar duas frases dessa página;
- CUIDADO PARA NÃO INCLUIR SPOILERS!;
- Partilhar também o título e o autor do livro.

Teaser:


"A casa - quer simples gruta, ou até furna subterrânea, quer palácio, castelo ou ostal de poderosos e ricos - era a célula da vida, o abrigo seguro: um espaço de sociabilidade, um lugar de memória e de devoção. Encerrada no privado e inacessível, portanto, ao outro, era também a expressão da caridade - da caridade como nesses séculos ela era concebida, isto é: a esmola de um pão ou de uma escudela de sopa dados à porta, pois o mendigo que nela batia tanto podia ser Jesus como o Diabo: como sabê-lo?"



O mundo académico é suposto ser desafiante. E é! Mas não do modo como inicialmente possamos pensar. Agora que me iniciei na via sacra de obter o Pê-Agá-Dê reparo que a minha maior dificuldade é lidar com níveis de burocracia e desinformação à escala o godzilla (ou novo King Kong) da parte das universidades e FCT. Posso contar aqui que (quase) ninguém me conhece que ainda que a tese e a investigação estejam a correr muito bem quando alguém me pergunta pelo Pê-Agá-Dê coloco um ar de desalento e tristeza na cara porque apenas faço merda em tudo o que é secretarias.

Vou acabar com um Pê-Agá-Dê em serviços e competências públicas e isto deve ser a praxe...

20.3.17

Hoje


Aprendi que felicidade é ver a minha avó a soltar gargalhadas!

Set my mood!



Muita magia por aqui.

9.3.17

Set my mood




Só porque é a blogotèque. Só porque é Father Jonh Misty. Só porque é Paris.



O caminho para o trabalho não tem que ser sempre feio, mau e triste.
Nos pormenores ah!... A beleza.

Coimbra. Já dentro dos HUC. Hoje.

8.3.17

Hoje


Descobri a sala perfeita para trabalhar.

Sim, é numa biblioteca.

Não são os Champs Elysees*




*mas cada um tem a avenida que merece.


O mais difícil em ser é definir um limite para nós. Como órbitas de planetas que lhes permitem estar aparentemente livres no espaço sideral e que afinal estão tão confinados a um caminho como um eléctrico nos seus carris.
Qual a nossa elasticidade em ser? Se não esticamos os limites até aos 22 anos e o decidimos fazer depois somos doidinhos. Insanos remetidos à psicanálise. Só nos safamos de fazermos o que quisermos se formos para o chapitô ou assim enquanto é tempo.
Mas voltando aos limites. 
Há coisas que quero. Mas até que ponto? A minha órbita vai esticar até ao limite da minha paciência, da minha resilência, da minha vontade e quando não der mais vou dizer "escolhi outro caminho". Mas não. Foi mesmo o meu limite.
A questão das escolhas também é bonita e dá para todo um novo e longo post. Gosto particularmente de ouvir lições de vida de quem não fez uma única escolha. Ficou com aquilo que lhe caiu ao colo. Hoje são felizes. Não sabem sequer o que são limites. Planetas em órbitas circulares. 
Eu cá sou mais elipses. 

Teaser Tuesdays #1





Retomando um hábito de um blog anterior vamos começar a ter por aqui as Teaser Tuesdays. O que é? Então vamos lá.

Teaser Tuesdays é uma rubrica semanal organizada pela MizB do blog Should Be Reading. Todos podem participar! Basta seguir as regras:


- Pegar no livro que se está a ler;
- Abrir numa página aleatória;
- Partilhar duas frases dessa página;
- CUIDADO PARA NÃO INCLUIR SPOILERS!;
- Partilhar também o título e o autor do livro.

Teaser:

"Explica-se, portanto, muito bem que os séculos medievais tenham sido profundamente hostis aos estrangeiros. Não tanto pela sua alteridade biológica, pela sua carnação e pela sua pilosidade, nem talvez até pela sua língua ou religião; mas porque neles se suspeitava a existência de costumes específicos do grupo a que pertenciam: a imaginação substituía então o conhecimento."

5.3.17

Hoje






Depois de 9 anos aprendi que o 7, em Coimbra, tem uma rota circular. 
O meu conhecimento sobre vinhos é "bola". Zero.
Já o meu conhecimento sobre as regiões vitivinícolas é, quando penso sobre isso, bastante razoável. E melhor ainda, foi obtido na óptica do utilizador
Desde a cesta em que me colocaram, na sombra das videiras, quatro meses apenas, na minha primeira vindima beirã, até às experiências, já adulta, de coabitar com uvas e vinhas no Douro, no Alentejo e no Dão.
Com os sítios veem as pessoas e pelo caminho a experiência passou por partilhar noites de verão, copos na mão, com enólogos, donos de quinta, amigos que vão para as vindimas ganhar "dinheiro na mão" e com o cheiro aos lagares.

Ultimamente estou longe de vinhas. Mais no meio do betão. E eis que conheci A Essência. Pequeno programa da RTP que nos fala do vinho, mas também dos sítios e das pessoas. Vejo sempre uns três programas de cada vez e é como ver fatias de Portugal.
Comovo-me mesmo.

Para conhecer aqui.  

4.3.17

29 anos e uma depressão










Ren Hang
a prova de que o tempo não é preciso para nada 
quando se é imensamente bom

Óscares...




Dos nomeados que vi


Moonligth
Manchester by the Sea
Hell or High Waster (este o meu preferido dos 5)
Fences
Arrival

cheira-me que quem devia ter ganho era o Silence do Scorcese.

Mas isto de Óscares já se sabe... ainda alguém se lembra dos filmes no ano passado?
Vou casar.
No outro dia fui com o noivo e os futuros sogros entregar convites a três famílias diferentes.
Como é uma actividade tão bonita e com que sempre sonhei fui parcimoniosamente acompanhando com copos de vinho. Conforme os oferecidos ora branco ora tinto.
Outra casa um copo de ginginha e por aí adiante.
Noite. Terminei a jantar com os futuros sogros. Mais vinho.
No dia seguinte... ressaca.  

É isto que é crescer e ter família. Deixamos de sair à noite, apanhar bubas com os amigos e ter ressacas no dia seguinte. Agora saímos de dia, com os futuros sogros, ficamos bêbados e na mesma temos ressacas. Só que estas são ainda mais tristes.

A parte boa é que conheci as Regalheiras de Lavos.



Descobri hoje... uma pérola



"I found music to be the therapy of choice. I guess it is for a lot of people."

 David Byrne